Triângulo amoroso
No canto empoeirado da venda
Repousa a triste Mariposa
Beijando eternamente o verniz do armário
Trazendo paz àquela escuridão
Do outro lado do balcão
O velho vendedor observa
A mariposa triste entre a fresta
E na sua eterna solidão
Pensa em sua vida ausente e
Na sorte que nunca lhe bateu à porta
Queria um amor de todos os dias
Como o armário, da Mariposa triste
No silêncio secreto daquele lugar
Surge serena a luz do Luar
Adentrando o leito incansável
Da triste mariposa e seu armário
E o velho tocador de rua
Faz versos na Rua Nua
Corpo colorido de fitas e espelhos
Cantando alto, o louco desvairado
Embala mais uma noite de amor
Entre o velho vendedor
a Mariposa triste
e o amário empoeirado.
Lua