O fantástico mundo de Maria
...
Sentada à beira da calçada, ela observava o mundo a sua volta.
Era quase claro, como a cor refletida nos olhos de sua mãe.
Pela primeira vez na vida, ela sentiu falta daquele homem enorme que
poderia carregar o seu mundo nas costas.
Apesar da meninice, sua maturidade havia chegado cedo demais,
e o mundo já pesava há tempos em suas costas miúdas.
Foi a única vez na vida que a vi chorar. Chorar como criança.
Criança que cedo se perdeu por culpa do peso do mundo que, na verdade, nem era seu.
Renata Maria
2 comentários:
Mudar o foco de suas atenções faz a visão se ampliar. O mundo que vemos por fora de nossa casa (seja ela o nosso próprio "eu", seja ela o nosso "habitat") é o espelho que reflete nossa luz e nossas sombras. Essa poesia nos leva a fazer múltiplas leituras, porém, "sem correções, sem críticas, sem mais o quê..."
Gostei.
Denso e bonito!
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