terça-feira, abril 17, 2007

Teu sorriso...


Entre colunas brancas
e paredes vermelhas
Nascem iluminadas
todas as verdades
Esqueço crenças
e pôres-do-sol
Saudades de noites
e dias distantes
Acredito somente
naquilo que vejo
Teu sorriso cega
todas as minhas mentiras
E eu, amanheço prostrado,
morto em tua luz.

Lua

3 comentários:

Anônimo disse...

Delicie-se com este lindo poema na língua mais Linda do Mundo.
Obs.: Daqui a alguns dias envio a tradução ;)

Chanson au sud du Language

Quand jours et puis semaines
ne nous apportent que routine:
Labeurs, maigres dimanches
que les cinémas gras, remplissent;
Quand une cigarette épaisse
devient cendre livide
et quand nos doigts amers
fourches de chaux deviennent
enfoncées dans la terre
comme aiguille ou épine;
Quand de fluides mains levées
comme des flames, des étoiles
cherchent lumière, anesthésiées,
auprès des miroirs somnambules;
Quand nous nous rappelons les ventres
de femmes rejetées.
é tendues et absentes
dans leur sommeil d'exil
où montent la garde, fragiles,
des anges translucides;
Lorsque naus révons affamés
au fond des usines obscures
et nous prèservent les sirènes du bombardement, des naufrages,
Lorsque l'écume se disperse au gré des vents, des circonstances;
Quand on franchit les hôpitaux aux lits d’éther, de gaze et lin pour émerger à la lumière
ou pour sombrer dans les ténèbres;
Quand de terribles armes crachent
des haines enflamées
qui fondent sur les choses
plus que bouches voraces;
Lorsque la nuit gonfle la mer
dont le sel nous habite
et dans l'amour recherche
de nouvelles orbites
à l'albumine temporaire,
eternelles métamorphoses.
Quand du coeur du langage
s'éloignie enfin l'angoisse
pour émigrer comme une voix
tourmentée, gémissante
et puis tourner autour des limbes
qui cachent nos messages
transportés en voyelles
englouties, invisibles,symboles mystérieux qui tels des chiffres nous oppresent;
Lorsque tout cela arrive
peu m'importent les substances,
le plus beau a des légendas
lucides, définitives: — bien qu'il existe en mon coeur
une usine de paroles plus lumineuse et puissante
que d'obèses dictionnaires,
Mon esprit n'explique rien,
il ne sait ni ne souhaite
déchiffrer un tel message
eprouvé au point extrême
de racines qui se cachent
dans les eaux de ce poème.

Anônimo disse...

que lindo texto :D

Anônimo disse...

Pra você, poetisa!! ;)
...a tradução

Canção ao Sul da Linguagem

"Quando os dias e semanas
nos trazem sempre a rotina: — labores, cinemas gordos enchendo os magros domingos;
quando um nutrido cigarro
se torna lívida cinza
e nossos dedos amargos
mudam-se em garfos de cal
fincados dentro da terra
como agulhas ou espinhos;
quando fluidas mãos erguidas como chamas ou estrelas buscam luz, anestesiadas,
em sonâmbulos espelhos;
quando recordamos ventres
de mulheres olvidadas
— ausentes ou estendidas
no seu exílio de sono
onde translúcidos anjos
quebradiços, montam guarda; quando sonhamos famintos no fundo escuro das fábricas e sirenes nos preservam de bombardeio ou naufrágios:quando a espuma desfalece por circunstâncias ou ventos
e os hospitais nos acolhem
— leitos de éter, gaze e linhos— para a luz que nos acende ou trevas que nos apagam;
quando armas apocalípticas
libertam ódios em chamas
devorantes sobre as cousas
mais que bocas devorantes;
quando algo ao mar se acrescenta— mar noturno em sua origem —dele o sal que nos habita busca no amor novas órbitas de temporária albumina e eternas metamorfoses;
quando é removida angústia
do coração da linguagem,
emigrando como vozes
de prantos atormentados,
e gira em torno do limbo
que oculta nossas mensagens transportadas em vogais submersas,invisíveis
— símbolos indecifrados
pesando em nós como números;
quando tudo isso acontece
não procuro substâncias,
o mais belo tem legendas
lúcidas, definitivas
— posto que meu coração
seja usina de palavras
mais luminosa e potente
que os obesos dicionários
meu engenho nada explica,
não responde nem indaga
quem decifra esta mensagem
vivida no ponto extremo
de raízes que se ocultam
nas águas deste poema."

César Leal