quarta-feira, agosto 02, 2006

O que falar dessse livro? É difícil, ele já diz tudo.

O que falar desse livro? É difícil, ele já diz tudo.
Infantil? Talvez. A doçura das palavras e crenças em sentimentos tão puros e sinceros que os adultos ainda não compreendam. Lições de amor cativado, laços eternos de amizade, mesmo essa estando distante em outro planeta.
A busca do homem por tudo que é externo, esquecendo que nem ele mesmo se encontrou. Sejam bem vindos ao universo do Pequeno Príncipe, o planeta dele é muito pequeno, porém seu coração abriga o universo.
A Exupèry o meu mais sincero agradecimento e admiração.

" - A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto..."

" - Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração.
O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar."

"- O que é importante, a gente não vê...
- A gente não vê...
- Será como a flor. Se tu amas uma flor que se acha numa estrela, é doce, de noite, olhar o céu. Todas as estrelas estão floridas.
- Todas as estrelas estão floridas.
- Tu olharás, de noite, as estrelas. Onde eu moro é muito pequeno, para que eu possa te mostrar onde se encontra a minha. É melhor assim, Minha estrela será então qualquer das estrelas. Gostarás de olhar todas elas... Serão, todas, tuas amigas. E depois, eu vou fazer-te um presente...
Ele riu outra vez.
- Ah! meu pedacinho de gente, meu amor, como eu gosto de ouvir esse riso!
- Pois é ele o meu presente...
- Que queres dizer?
- As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. mas todas essas estrelas se calam. Tu, porém, terás estrelas como ninguém...
- Que queres dizer?
- Quando olhares o céu de noite, porque habitarei uma delas, porque numa delas estarei rindo, então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem rir!
E ele riu mais uma vez.
- E quando te houveres consolado (a gente sempre se consola), tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo. Terás vontade de rir comigo. E abrirás às vezes a janela à toa, por gosto... E teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu.

Tu explicarás então: "Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!" E eles te julgarão maluco.
Será uma peça que te prego...
E riu de novo.
- Será como se eu te houvesse dado, em vez de estrelas, montões de guizos que riem..."


Acredito que por isso as estrelas e os mistérios do céu infindo tanto me encantam...Sei que em uma delas habita um belo principezinho que um dia me ensinou a sorrir e chorar, ou melhor, me ensinou o verdadeiro sentido da palavra "amor".

Renata Costa

5 comentários:

Anônimo disse...

O Amor, quando se revela...

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

(Álvaro de Campos)

Anônimo disse...

Dedução


Não acabarão com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente.

Manoel Bandeira

Anônimo disse...

...há uma estrela reservada pra você, sorrindo pra você...o amor está em todo lugar...nós humanos que não percebemos ou não paramos para senti-lo...está no milagre diário da vida...está no bom dia dado a um desconhecido...está no aperto de mão...está no vento que bate no nosso rosto...está no sorriso... :)

Anônimo disse...

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens."

Quando estou só reconheço

Quando estou só reconheço
Se por momentos me esqueço
Que existo entre outros que são
Como eu sós, salvo que estão
Alheados desde o começo.
E se sinto quanto estou
Verdadeiramente só,
Sinto-me livre mas triste.
Vou livre para onde vou,
Mas onde vou nada existe.
Creio contudo que a vida
Devidamente entendida
É toda assim, toda assim.
Por isso passo por mim
Como por cousa esquecida.

Fernando Pessoa

Anônimo disse...

OS POETAS FALAM POR MIM...IMPRESSIONANTE COMO ESCREVEM O QUE SENTIMOS...

O impossível carinho


Escuta, eu não quero contar-te meu desejo;
Quero apenas contar-te minha ternura;
Ah se em troca de tanta felicidade que me dás;
Eu te pudesse repor;
- Eu te soubesse repor -;
No coração despedaçado;
As mais puras alegrias de tua infância!

Manoel Bandeira