... "quando penso que na vida conheço alguma coisa sobre caminhos, aprendo que o caminho conduz sempre a algum lugar novo “porto seguro ou além-mar”. E que um lugar pode viver dentro de uma pessoa." Tens luzes dentro de ti! Luzes que deságuam no oceano do corpo e que inundam o poço profundo dos olhos dos passantes que te rodeiam. Teus cabelos adornados pelo céu são como flores amarelas, que enfeitam as casa simples dos moradores da bela serra onde te conheci. São amalgamas do mais belo fogo adoçado que queima vespertino de dentro para fora de nós. Teus olhos urgem demonstrar segredos que teimas em manter cativos dentro de ti. São auréolas divinas que norteiam a verdade que carregas consigo. O acaso sereno e belo do balé incidental e sincero das crianças que dividem a existência entre o prazer de ser e amar. São as amostras das virtudes, finos e transparentes como a pele do pêssego... Mas profundos como a beleza plástica das romãs. Tua boca “odisséia” tem a curvatura retilínea e uniforme do âmbar florido em mel cristalino. Parece uma passagem serena para um caminho sem volta, donde pode ser possível senti todas as virtudes, e alguns mistérios envoltos num sorriso azul turquesa: - cálida viagem ao infinito. Toca-los seria reordenar o mundo finito que se compôs em função da perda daquilo que confiamos chamar de paraíso. Teu corpo foi ornado por deuses silvestres que caminhavam, em boa hora, rumo a uma celebração dominical. Tens a estatura perfeita para correr descalça, saltar as ondas do mar, caminhar por dunas em busca do mais belo pôr-do-sol, ou reverenciar a lua por sobre as muralhas urbanas. Ao passo que tens estrelas que escapolem por todo o corpo. Curvas sinuosas, harmônicas, voluptuosas, tão envolventes que podem desconstruir a firmeza viril e lúdica de todos os cavalheiros de boa fé. Tuas mãos são belas, suaves, delicadas, femininas, apontam para vitória. Tua crônica é assim... Como você! Não têm começo nem tem fim... Justifica-se por si mesma. Como o forte amor que representas... Quando eu deixar as coisas de menino e me torna homem. E isso será antes de ti. Quando for tarde em meu viver e as luzes se fizerem pequenas na minha vista cansada. Quando deitado, prostrado diante do mundo me entregar à razão alheia daqueles que vieram me buscar. Quando a rua se fizer mais turva e o badalo final de um último sopro de vida se consumar. E se alguém tardar em me perguntar o que de belo vi nesse mundo de tantas coisas vivas, mas também de desalinho e tristeza. Quero dizer que te conheci. E que você ainda vive. Que te senti e experimentei de tua luz.. Que assim seja!
Querido amigo,Vinícios Ferraz – sem titulo (algum dia entre 17 e 18 de julho).