Para Sofia e Arthur.
Ele era bom, como poucos, em dias como os nossos.
Seguia acreditando num mundo onde um sorriso faz a diferença.
Costumava dizer que plantava sonhos em seu telhado.
Colhia estrelas. Colecionava arco-íris. Cultivava dias azuis.
Diariamente distribuía potinhos com receitas deliciosas de felicidade.
Certo dia, ele partiu, apressado, carregando malas repletas de potinhos.
Dizia que o mundo precisava conhecer suas receitas. E assim, se foi.
Deixou saudade sem tamanho. Deixou também um pouco de tudo que levou.
A saudade permanece, assim como os sonhos, arco-íris, dias azuis e potinhos de felicidade.
Meu quintal sem ele já não é o mesmo. Mas hoje, continuo o que me ensinou.
Agora preciso ir, pois já está na hora de plantar os sonhos e ver nascer sorrisos.
Renata Maria
2 comentários:
06/01/2006 – 06/01/2010
EU e a estrela
Era dia de reisado,um milagre aconteceu, uma estrela reluzente caiu, assim aos meus pés. Até desconfiei, nada acontece comigo tão fácil, repentinamente. Olhei para um lado e outro, nem sei se tinha dono, mas a peguei para mim sem ninguém perceber. Guardei no bolso, ainda sem acreditar, mas em poucos dias já estava bem entranhada no meu coração. Eu e a estrela, éramos somente nós, confessava todos meus sonhos, todos meus medos. Por vezes, de tanta cumplicidade, nos tornamos um só ser, assim levaria a vida até o fim,cuidando da minha estrela, só minha. Mas apareceu a terceira pessoa, o tempo: construidor e destruidor. Foi com o tempo que minha estrela perdeu a luz, ofuscou-se, inquietou-se, pedia até implorar para pegar vôo. Um dia, sem nem me dar conta, ela se desgarrou, alçou vôo, mas distantes tínhamos uma força que nos unia. Mas o senhor tempo veio novamente e nosso umbigo foi completamente partido. Posso não ter minha estrela fisicamente comigo, mas no meu peito ela está, ainda confidencio todos os meus sentimentos e dias. E hoje, na certeza do desejo da minha estrela, vou me encantar no reisado, onde tudo começou, será a espada do mestre do cordão que irá penetrar em meu peito, içará a alma de minha estrela que me acompanha e a devolverá por completo ao céu. Daqui, poderei admirá-la ao longe e sei que brilhará a eternidade. E é assim que milagres vêem e vão.
EU ESCREVI UM POEMA TRISTE
Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!
Mario Quintana - A Cor do Invisível
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