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fecho portas
abro os olhos
não mais azuis
arranco fotos
sem sorrisos
quebro espelhos
cravo as unhas
no coração dilacerado
ainda vivo batendo
latente e esperançoso
de ser reconstruído
seu bater me irrita
tenho muitas vidas
vivo todas sem exceção
pertenço ao universo
e ao chão empoeirado
vejo quem sou e nada sou
longe da ilusão da tua sombra
vagando silenciosa
em meus corredores
vazios
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Renata Maria